Desde
o início do ano que o país foi tomado pelo tema da crise econômica.
Instalada em todas as esferas governamentais, a famigerada crise é
repetida exaustivamente por diferentes atores institucionais. Com
frequência, o que mais se ouve são as expressões “cortar gastos
públicos”, “arrumar a casa”, “equilibrar as contas públicas”, entre
outras.
O ajuste vivenciado atualmente tem
afetado principalmente a classe trabalhadora deste país, que vem
sofrendo com os aumentos abusivos de taxas e impostos, além de um
retrocesso nas conquistas dos direitos coletivos e trabalhistas.
A nossa expectativa é que os governos
Federal, Estadual e Municipais façam uma avaliação mais criteriosa dos
gastos públicos, com a finalidade de atender às famílias que mais
precisam e, assim, tenhamos um crescimento sustentável do Brasil.
No último dia 22 de junho, a presidenta
Dilma lançou ao lado do Ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA),
Patrus Ananias, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016, com um
valor de 28,9 bilhões para financiar a safra. Isto representou a
ampliação do acesso ao crédito e aos mercados institucionais pelas
famílias agricultoras, ou seja, mais dinheiro com taxas de juros
menores, assistência técnica e extensão rural, entre outras conquistas
importantes.
Dentre elas, está o Garantia Safra, que é
uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), voltada para os agricultores e as agricultoras familiares
localizados na região Nordeste, Norte do Estado de Minas Gerais, Vale do
Mucuri, Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado do Espírito Santo –
área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene), majoritariamente semiárida, que sofrem perda de safra por
motivo de seca ou excesso de chuvas.
Ao longo dos anos, o estado de
Pernambuco ampliou a adesão de municípios e famílias, saltando de 48
municípios e 52.899 famílias em 2006/2007, para 103 municípios e
aproximadamente 140 mil famílias na safra 2014/2015.
Esta ação somente é possível, em razão
da parceria efetiva da união, estados, municípios e famílias
agricultoras, que juntos, formam o Fundo Garantia Safra, que para a
safra 2015/2016 será constituída.
Acontece que a continuidade dos
processos relativos ao Garantia Safra está ameaçada. Para o agricultor
familiar receber o benefício de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais)
referente à safra 2014/2015, o Governo do Estado de Pernambuco deverá
quitar a parte atrasada que lhe cabe, já que até esta data, só foram
quitadas duas parcelas.
Na situação de inadimplência, o prejuízo
fica na conta das famílias agricultoras que tiveram perdas grandes, e
assim, duas vezes penalizadas.
Além disso, a falta de respeito e
compromisso do Governo do Estado com as famílias agricultoras, também
afeta a economia local em cerca de 118 milhões de reais.
Há anos que agricultores e agricultoras
familiares têm resistido às adversidades climáticas, e mesmo em
condições escassas de trabalho, as famílias vêm contribuindo com o
crescimento econômico e a segurança alimentar em Pernambuco.
Dessa forma, solicitamos ao Governo do
Estado, através da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, a
quitação imediata de todas as parcelas em atraso, para que as famílias
inseridas no Programa possam receber os seus benefícios. Assegurar o
acesso ao Garantia Safra é dever do estado, compreendendo que o
benefício foi uma conquista dos movimentos sociais e sindicais, que
diariamente, lutam por um meio rural mais justo e digno.
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